Abraço corporativo


Você já recebeu um abraço hoje?

A sensação na pele quando somos abraçados passa emoção e aconchego para todo o corpo. Primeiro, o toque sensibiliza todas as células e dá um arrepio. Depois, quando os braços da outra pessoa nos envolvem, com um pequeno aperto, o sentimento se multiplica e leva alívio para a cabeça e para o coração. Um estudo da Universidade da Carolina do Norte, publicado no Psychosomatic Medicine, mostrou que o contato físico, como um abraço, pode aumentar a longevidade. As descobertas sugerem que uma relação forte e duradoura pode proteger contra futuras doenças cardiovasculares, além de fazer bem para a saúde em geral. O motivo é que ficar em contato com um parceiro diminui a pressão sanguínea e o batimento cardíaco. Uma das pesquisadoras, a psiquiatra Karen Grewen, comprovou que os níveis de cortisol e de norepinefrina, hormônios do stress, foram reduzidos após um abraço. Além disso, o nível de oxitocina, um importante hormônio ligado à fidelidade, aumentou. Na pesquisa, 28 casais, de 20 a 49 anos, que se relacionavam havia pelo menos um ano, conversaram sobre os momentos felizes. Depois, assistiram a um filme romântico e, alguns minutos mais tarde, se abraçaram. Segundo o psicoterapeuta do Instituto de Psiquiatria do Hospital das Clínicas, Eduardo Ferreira Santos, o aumento de oxitocina depois de um abraço chama a atenção. Ele conta que trabalhos recentes mostraram, em animais, que o hormônio é responsável pela manutenção estável de um casal. ‘A injeção de oxitocina em ratos mostrou que eles ficaram por mais tempo juntos à prole, depois do nascimento dos filhotes. Em geral, os machos abandonam a família.’ Contudo, Santos explica que não se pode afirmar que quem se abraça mais será mais fiel. A ação do hormônio gera, entretanto, um impulso e um desejo de cuidar. Assim, para quem abraça ou para quem é abraçado, a afetividade aumenta e traz bem-estar. Além disso, os níveis dos hormônios do estresse caem depois de um abraço gostoso, conforme uma pesquisa realizada em 2005 pela Universidade da Carolina do Norte. Para a terapeuta e professora da Pontifícia Universidade Católica de São Paulo, Madalena Ramos, o carinho transmitido através de um abraço é o mais importante. Pessoas calorosas e afetuosas tendem a ser mais felizes e saudáveis. “Quando nos sentimos bem pessoalmente, isso é bom para o organismo”, conta. A terapeuta lembra a importância de se relacionar com as pessoas. “O contato humano é praticamente da ordem do alimento, é necessidade da espécie.” Mais do que tocar, o ser humano precisa de afeto. “Se, quando bebês, não tivéssemos o afeto da mãe, morreríamos”, completa. “O abraço deve ter profundidade.” A psiquiatra Kathleen Keating, que escreveu o livro “A Terapia do Abraço” (Editora Pensamento), diz que a sociedade atual está sofrendo de solidão. “A tecnologia moderna é importante, mas todo ser humano precisa de carinho físico. Intuitivamente o abraço remete ao período em que se é bebê”, diz Santos, e os adultos perderam o costume de abraçar. Para algumas pessoas, admitir que precisam de carinho é sinal de fraqueza e dependência, especialmente para os homens, observa Kathleen. “Por outro lado, existe algo poderoso em nossos braços, mãos e dedos que faz alguém se sentir amado e cuidado com um simples abraço”, diz. Segundo ela, 5 milhões de transmissões nervosas são responsáveis pelas diferentes sensações do toque. “No contato, específicas terminações nervosas são ativadas e enviam a mensagem ao longo da espinha dorsal até o cérebro”. Kathleen diz que existem muitos estudos sobre os benefícios do contato físico, mas que provar que ele é essencial, poderoso e capaz de curar é como argumentar que respirar faz bem. “Há muita coisa no fenômeno do toque que não pode ser medida”. De acordo com especialistas em afetividade, uma criança constantemente abraçada ou acariciada tem maiores possibilidades de ser um adulto mais feliz:



Abraço corporativo:

Pode soar estranho, mas o conceito existe entre os profissionais de recursos humanos. Foi desenvolvido após estudos realizados em três empresas européias, durante um quadrimestre, como um teste da aplicação da Teoria do Abraço.
“Foi instituído o minuto do abraço, em que todos os presentes se abraçam. Conversas telefônicas, reuniões e até discussões foram interrompidas, pelo menos por um minuto. Por todos, inclusive o presidente”, conta o consultor Ary Itnem Whitacker. Se, a princípio, a idéia parece absurda, o resultado do período de teste indicou que pode ser a solução para muitos problemas de convivência no escritório. Considerando a média entre as três empresas, notou-se uma redução de 28% no número de pedidos de dispensas médicas; 37% na quantidade de funcionários com sintomas de estafa, como maus respiratórios ou taquicardia; e 45% de aumento do rendimento individual, de acordo com os métodos internos de avaliação. Com os benefícios comprovados, a Confraria Britânica do Abraço, que dissemina a teoria nas empresas européias há dez anos, nomeou, em 2005, Whitacker como seu representante no Brasil. “Acompanhei por cerca de dois meses a implementação da teoria em duas companhias do Reino Unido”, lembra. “Foi muito interessante acompanhar o resultado do trabalho nas planilhas das pesquisas. Pude tomar contato com a eficácia das ferramentas, como hug meetin e one minute hug”, complementa. Segundo o consultor, o abraço pode ser aplicado agora no País como uma nova estratégia de Recursos Humanos para aumentar a produtividade dos funcionários e a qualidade de produtos e serviços das empresas por meio da melhora do ambiente corporativo. A fórmula é simples: introduzir o contato físico controlado e cotidiano na vida dos funcionários em todos os níveis hierárquicos com o objetivo de aumentar a satisfação na comunicação entre os colegas de trabalho. A idéia surgiu da iniciativa de especia-listas britânicos em psicologia do trabalho, que começaram a notar os efeitos colaterais das novas tecnologias nas relações humanas dentro do ambiente corporativo. “As práticas da comunicação via correio eletrônico, programas de mensagens instantâneas e telefone reduziram o tempo de contato físico entre as pessoas”, comenta Whitacker. O fenômeno foi denominado inércia do afastamento. “Acredito que as relações humanas estão um pouco defasadas em relação aos avanços tecnológicos”, afirma Whitacker. Para ele, as tecnologias são totalmente bem-vindas, desde que usadas na medida certa para que ajudem as pessoas em suas vidas, no traba-lho e na qualidade do que produzem. “A verdadeira ciência da vida é saber quando e o quanto certas coisas que podem ser benéficas, terminam por atrapalhar. É nisso que se baseia o abraço corporativo”, conclui o consultor brasileiro.

Contribuição da gazetanews.com

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